segunda-feira, 9 de julho de 2012

TEMA - V



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Modelos de Aprendizagens Construtivistas em Plataformas Digitais


Vivemos numa sociedade digital devido à evolução tecnológica acentuada nomeadamente nos últimos anos, que levou os docentes à utilização de outros recursos – aprendizagem em plataformas on-lineE-Learning e B-Learning. Para se utilizar estas novas estratégias no processo ensino-aprendizagem é necessário utilizar-se “modelos de aprendizagem que incorporem processos de desconstrução e que promovam verdadeiros ambientes de aprendizagem colaborativos e construtivistas[1]”. Isto é realmente a essência do tipo de trabalho que se faz numa plataforma on-line. Para definir aprendizagem numa plataforma on-line, podemos utilizar as seguintes palavras:



Na criação de ambientes de aprendizagem construtivistas devemos ter em consideração três aspetos:

-      Cognitivos – modelação e mapeamento cognitivo do aluno e o seu estilo de aprendizagem;

-      Afetivos – motivação, satisfação, imaginação e criatividade;

-      Relacionais – desenvolvimento de comunidades de aprendizagem colaborativa e cooperativa.

Existem vários modelos de aprendizagens em plataformas digitais. Seguidamente iremos abordar alguns tais como: o modelo de Community of Inquiry (Randy Garrison, Terry Anderson e Walter Archer), o modelo de e-moderating (Gilly Salmon), o modelo de Brown (Ruth Brown), o modelo de interação em ambientes virtuais de Faerber e o modelo de colaboração em ambientes virtuais de Henri e Basque.

O modelo Community of Inquiry



Este modelo assenta em três dimensões base:

-      Cognitiva – trabalho elaborado pelos alunos, baseado numa “reflexão sustentada e do discurso crítico[1]”;

-      Social – utilização social e emocional através do meio de comunicação em uso;

-      Docente – direção, design, presença cognitiva e social.

Garrison e Anderson consideram estas três dimensões muito importantes para a construção do conhecimento de cada individuo, pois o ambiente favorece e promove o saber, a criatividade, o espírito crítico, criam-se relações afetivas entre os participantes do processo ensino-aprendizagem e a orientação por parte do docente é também fundamental neste processo.

O modelo de e-moderating



É um modelo mais estruturado pois baseia-se em cinco etapas: acesso e motivação, socialização on-line, troca de informação, construção de conhecimento, desenvolvimento, “que orientam a atividade do professor–moderador no trabalho com os estudantes, para conseguir a construção de comunidades virtuais de aprendizagem[1]”, em que os alunos necessitam do apoio do docente.

Na primeira etapa que é a base para as restantes, prevê a capacidade dos alunos saberem trabalhar com a plataforma on-line, para não haver desmotivação. Na segunda etapa é importante a partilha de informação e experiências e consequentemente a construção do conhecimento. Na terceira etapa, poderá haver a realização de tarefas em cooperação entre alunos e professor. Na quarta etapa os alunos já constroem o seu próprio conhecimento com a utilização das potencialidades da comunicação assíncrona (debater sobre os conteúdos, contribuir com a sua participação nas atividades disponibilizadas pelo professor, ou seja terminando na última etapa com produção conjunta dos conhecimentos de cada aluno). Na última etapa os alunos são “responsáveis pela sua própria aprendizagem”, elaborando portefólios individuais de aprendizagem, demonstrando os conhecimentos adquiridos.


O modelo de Brown



Este modelo apresenta três etapas, consciencialização, consolidação e camaradagem, no entanto são semelhantes às propostas pelo modelo e-moderating, onde o professor assume o papel de mediador nas interações entre os alunos na construção partilhada dos conhecimentos, garantindo e promovendo a participação dos mesmos e consequentemente a sua própria autonomia.
O modelo de Faerber



Este modelo dá ênfase às relações sociais na comunidade educativa, pois considera “fator determinante para o sucesso educativo”, daí que a aprendizagem seja efetuada através de atividades em grupo, havendo desta forma maior interação entre os elementos de cada grupo.

Neste modelo participam os seguintes elementos, o professor, os alunos, os conteúdos e o grupo. O objetivo do elemento grupo é gerar a interação entre os seus elementos. Há três dimensões a considerar neste modelo, participar (inter-relações entre os pares), facilitar (o professor é o suporte do conhecimento e como tal auxilia o grupo) e partilhar (aprendizagem colaborativa).
 
 
O modelo de Henri e Basque



Este modelo está estruturado em três componentes essenciais, empenhamento (predisposição afetiva e psicológica dos elementos para colaborarem entre si, para que todos tenham consciência da importância do trabalho individual e do grupo, “nas perceções sobre os comportamentos do grupo e na progressão em direção à prossecução dos objetivos[1]”), comunicação (partilha de informação e ideias entre os elementos do grupo) e coordenação (gestão de recursos e dos elementos da comunidade, constituído pelas tarefas, constituição dos grupos e a animação dinamizada pelo professor).

Os modelos acima referidos apesar de terem algumas caraterísticas que os distinguem, assentam em princípios base como a aprendizagem cooperativa, colaborativa, o relacionamento entre os pares, professor como tutor, ou seja auxiliador e motivador da aprendizagem, em que os alunos constroem o conhecimento e aprendem ao seu ritmo.



Bibliografia

MONTEIRO, Angélica; MOREIRA, J. António; ALMEIDA, Ana Cristina (Orgs.). EDUCAÇÃO ONLINE: Pedagogias e aprendizagens em plataformas digitais. 1ª edição, Santo Tirso: De Facto Editores, 2012.
 


[1] MOREIRA, J. A., Educação Online: Pedagogia e aprendizagem em plataformas digitais, p. 28
[2] MOREIRA, J. A., Educação Online: Pedagogia e aprendizagem em plataformas digitais, p. 32
[3] MOREIRA, J. A., Educação Online: Pedagogia e aprendizagem em plataformas digitais, p. 33
[4] MOREIRA, J. A., Educação Online: Pedagogia e aprendizagem em plataformas digitais, p. 38

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